Suzane G. Frutuoso
O contato com a natureza no turismo de aventura ajuda a executiva de contas Karina Alves, 28 anos, a esquecer os problemas. “Diminui o estresse e tem até uma ligação espiritual, difícil de explicar.”
Nos últimos oito anos, Karina experimentou arvorismo, tirolesa e trekking em lugares como Brotas e Socorro, ambas cidades do interior de São Paulo, e Ilha Grande, no Rio de Janeiro.
A executiva de contas destaca também a questão do desafio. “As atividades são objetivos a serem alcançados. Exigem concentração. E a sensação de conseguir é muito boa.”
Hoje, ela encontrou uma maneira de trazer para o meio urbano o estilo radical das férias e finais de semana. Karina pratica slackline, modalidade em que a pessoa se equilibra sobre uma estrutura com uma fita que fica há alguns metros do chão. Atletas profissionais chegam a atravessar o slackline entre uma montanha e outra – com um abismo no meio.
“Instalo em um parque e pratico. Vem muito curioso, principalmente criança perguntar o que é”, diz.
Para Camila Barp, diretora de mercado internacional da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) cada vez mais pessoas como Karina vão aderir a esse tipo de passeio e esporte.
“A demanda cresce 22% ao ano, o número de ofertas aumenta, com preços variados e acessíveis”, diz. A associação conta com 300 empresas de turismo de aventura associadas, que no ano passado levaram 800 mil visitantes (incluindo estrangeiros) para conhecer de perto as atrações naturais do País.
O interesse do público também é maior graças a investimentos em segurança para a prática das atividades. Por meio do programa Aventura Segura, iniciativa do Ministério do Turismo, a Abeta qualificou profissionais do segmento por todo o Brasil nos últimos quatro anos.
“Agora, temos infraestrutura e um padrão de segurança internacional”, diz Camila.
Perfil do turista de aventura no Brasil
Fonte: Abeta
48% são solteiros
18 a 39 anos é a faixa etária predominante
54% dos turistas que realizaram viagens dentro do Brasil dizem que o objetivo foi o contato com a natureza, seja para observar ou para praticar atividades
46% valorizam no País lugares onde possam entrar em contato com a água (mar, rios, cachoeiras)
72% consideram que a qualidade dos serviços prestados melhoraram no Brasil nos últimos anos
36% já fizeram passeios de bugue e cavalgadas, as atividades mais procuradas, seguidas de caminhadas, preferida por 31% dos turistas
70% gostaria de praticar mergulho, enquanto balonismo e rali seriam opções para 61% das pessoas
Sensações experimentadas por praticantes:
- uma visão nostálgica de antigamente, de que no passado existia mais qualidade de vida num contato maior com a natureza
- relatos de desconforto com o “sistema”
- sentimento de resgatar forças, extravasar
- viagem é fuga do cotidiano
- é também um retorno às origens, à infância
Para conhecer novas modalidades ou esportes radicais visite:
Adventure Sports Fair
Feira de esportes e turismo de aventura
Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera
De 11 a 14 de agosto
Horário: Quinta e sexta-feira: das 14h às 22h. Sábado: das 10h às 22h. Domingo: das 10h às 20h.
Ingressos custam R$ 17 e a entrada é gratuita para crianças menores de 10 anos e adultos com mais de 65 anos.